terça-feira, 9 de março de 2010

Soneto do nascer da consciência

Quando eu gritei
Do quarto escuro em que estava
Onde meu choro não mais me amparava
Foi quando percebi que quem eu amava. Eu matei!

Sequei os olhos, abri a porta e vi a luz,
Ofuscando o peito da amada na cerâmica
E no seu rosto eu vi minha figura lânguida
Fui à cozinha e pus no prato um pedaço de cuscuz

A fome, o corte, o gozo, a morte
Esperarei atento a minha sorte
Quando cair com a cabeça em meu colchão

A consciência é a madrasta imaculada
Que conheci após ferir o peito da amada
E me trancar no quarto escuro em que gritei!

Nenhum comentário:

Postar um comentário