terça-feira, 9 de março de 2010

Homem moderno



Serei sempre um traidor de minha patria
Pois sou filho da natureza morta
Sem brilho
Incomum
Querendo sorver tudo que é movimento
Buscando o oculto
O sem nome
O distante
O improvável
O julgar do fruto que ja nasce podre

Serei sempre um passageiro deserto
Sem virtudes
Inabilitado a qualquer atividade
Doente
Pragmático
Um vil, ardil,
Homem moderno
Cintilado de fome hedonista
Um caçador egoísta
Perseguido pela própria ilusão

E para fugir desta minha problemática
Invento uma tática
Idiota, asmática
Dizendo que não.
*Paul Gauguin-auto-retrato com halo, 1889.

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