terça-feira, 9 de março de 2010




















Ladeiras, casas e ruas
A rua de casas que sonhava
Era tosca e amanhecida
Tinha o aspecto cúmplice de todo sonho
Ora era cinza
Noutra lua cheia
Mas nenhuma rosa
Nenhuma bandeira
Prozas para escutar
Gritos de crianças.
Ela era leve, envergonhada
Como a moça da calçada
Disfarçando o amor
E na minha devoção de casas
Na minha indecisão de porta
Eu andava sem um norte
Sem uma nota
Cantando uma canção, talvez, ja morta
Em meu coração bêbado de poeta.
A minha rua era enfeitada de fantasia
Uma saudade estreita de minha infância
Sensação acortinada
Determinada pela maneira que eu subia
Para o centro do meu sonho
As ladeiras rubras da poesia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário